A Volta do Ai Ai,ai Ai,ai

Uma mistura de Diversão e Prevenção

  

Este projeto foi criado em meados do ano 2000, a pedido da Secretaria Municipal de Saúde de Santa Fé do Sul, no intuito de realizar uma grande campanha de conscientização com os adolescentes e jovens do município.

Os educadores que criaram o projeto passaram seis meses participando de congressos médicos que tratavam especificamente do tema e visitando unidades hospitalares específicas a fim de adquirir os conhecimentos necessários ao trabalho. 

A partir daí o projeto foi desenvolvido considerando dois aspectos fundamentais: a transmissão do conhecimento adquirido e a linguagem que seria utilizada para transmiti-lo.

Pesquisas mostram que numa palestra convencional, depois de cinco minutos, o público começa a dispersar e mesmo que não comece a conversar ou fazer outras coisas, já não presta atenção ao que o palestrante esta dizendo.  Muitas vezes, se for questionado sobre o assunto ao termino da palestra, o público não sabe o que dizer.

Considerando estes aspectos, foi criado um projeto chamado de “Showlestra”, que seria uma mistura de teatro de humor com palestra.

No período de 2001 a 2005 este trabalho foi realizado para milhares de adolescentes e jovens da região noroeste do Estado de São Paulo, em parceria com escolas, prefeituras e secretarias de saúde municipais. Depois disso a equipe passou a desenvolver outros trabalhos utilizando a mesma técnica e o tema DST/AIDS ficou esquecido. Nos últimos tempos, acompanhando os Boletins Epidemiológicos, percebemos algumas informações muito interessantes:

      “O conhecimento da população jovem sobre as formas de infecção pelo HIV é alto,conforme os dois estudos que abordam o comportamento da população brasileira em relação à prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis, realizados pelo Ministério da Saúde em 2007 e 2008. (...) Os estudos apontaram que cerca de 97% da população de homens (de 15 a 24 anos) sabem que o uso do preservativo é a melhor maneira de evitar a infecção pelo HIV. Observou-se no estudo entre Conscritos que em torno de 20% dos jovens entrevistados em 2002 tiveram a primeira relação sexual antes dos 14 anos de idade, em 2007, esse percentual foi de 17,2%. (...) A população jovem, em geral (entre 15 e 24 anos), é a que mais usa o preservativo em todas as situações; comparadas com as demais faixas etárias, é a que mais tem parcerias casuais e a que mais obtém o preservativo de graça (41,4%, ao contrário dos jovens de 25 a 49 anos, 28,6%). (...) Na última relação sexual com parceiro casual nos últimos 12 meses, 68% dos jovens usaram o preservativo. Entretanto, apesar do conhecimento sobre a importância do preservativo, do seu alto uso na última relação sexual e do seu maior uso em relação às demais faixas etárias em todas as situações, o uso regular do insumo tem-se reduzido. Com parceiros casuais diminuiu de 63% (2004) para 55% (2008) e o seu uso com qualquer parceiro caiu de 53% para 43%.”

Boletim Epidemiológico 2011 – in A AIDS E O COMPORTAMENTO DOS JOVENS).

Estas informações geraram um questionamento: Porque eles não usam se sabem que é necessário? Porque não aplicam o conhecimento que tem em seu próprio benefício? Revendo depoimentos e situações vividas no período em que as Showlestras aconteceram, percebeu-se um fator importante: A EMOÇÃO. Segundo o psiquiatra e estudioso do funcionamento da mente, Augusto Cury, a formação da memória está diretamente ligada ás emoções.

O comentário que mais se ouve quando se interroga um jovem sobre o porquê de não ter usado preservativo é “nem lembrei”, o que caracteriza, de certa maneira, um problema de memória, visto que a emoção do momento suplantou a memória do risco. Percebeu-se então que, talvez essa informação que o jovem possui seja fria, distante, como ver uma guerra na televisão. Concluiu-se então que este pode ser o grande diferencial das Showlestras. Elas estimulam várias emoções, começando com o humor, o riso, que quebra barreiras e terminando com o choque de fotos e informações detalhadas, profundas, marcantes, como uma de uma paciente em estado terminal de sífilis terciária. Geralmente eles nem sabem o que é sífilis. O processo todo é estruturado de forma que o jovem não se sinta censurado, o que criaria uma rejeição imediata ao assunto, mas sim alertado sobre os riscos que está correndo. Acreditamos que estes sejam motivos suficientes para novamente criarmos uma grande campanha de prevenção, desta vez fora do âmbito regional, atingindo várias regiões do país.

Workshop "Atuação da Rede no Enfrentamento à Violência"

Com o objetivo de fortalecer a Rede no Enfrentamento à Violência, a Cia do Sol ministrou workshop para os Agentes Comunitários de Aparecida do Taboado, no úlitimo dia 13 de abril.

 Por tratar-se de assunto delicado, os educadores sugerem a utilização de recursos lúdicos, como bonecos ou fantoches. Na primeira etapa do trabalho foi discutida a questão da Rede: o que é, para que serve, como funciona, como deveria funcionar e porque não funciona direito. 

A partir daí foram ensinadas técnicas de construção de bonecos de vara com sucata, e os agentes, divididos em quatro grupos idealizaram e construiram seus bonecos, de forma que os personagens criados possam ser úteis na discussão de vários assuntos. Uma criança, um casal de avós e uma bruxa formaram um elenco bem versátil, considerando-se que a bruxa personifica todos os males que quisermos representar e os personagens reais (a criança e os idosos) podem mostrar qualquer situação de conflito.

Durante o processo artesanal é desenvolvido um trabalho paralelo, instigando os agentes a criarem ou adaptarem casos que conhecem para os bonecos.

Estes bonecos, que pertencem às unidades de saúde, podem ser utilizados isoladamente, para transmitir recados ou estabelecer conversas dificeis com crianças, mas também podem ser utilizados em conjunto, em pequenas apresentações teatrais, que comunicam melhor do que qualquer palestra, cartaz, cartilha ou outro tipo de material gráfico

Através do enfrentamento à violência doméstica, a Saúde tenta prevenir as DANTs (Doenças e Agravos Não Transmissíveis) a saber: pressão alta, diabetes, depressão, obesidade mórbida, stress, que por sua vez podem acarretar enfartos, derrames e afins. Com essa atitude, a Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida do Taboado contribui também para uma cultura de paz, auxiliando no combate á violencia de maneira geral, cujo berço é, sem dúvida, a violencia doméstica.

Workshop "Elaboração de Material de Prevenção"

O workshop de “Elaboração de Material de Prevenção” foi ministrado pela Cia do Sol  aos agentes comunitários da cidade de Aparecida do Taboado – MS, em parceria com a Secretaria Municipal de Saude, com o intuito de sensibilizá-los, estimular a criatividade para melhorar a qualidade dos materiais de prevenção e dessa forma melhor atender ás comunidades, principalmente as mais carentes. 

Na primeira parte foram desenvolvidas algumas dinâmicas e alguns exercícios de integração e sensibilização, que levavam á reflexão sobre o tema tratado – Violência Doméstica. 

A partir daí, divididos em grupos, discutiram o assunto, trocaram experiências e definiram o enfoque do trabalho, criando frases de impacto e definindo as imagens que representariam os conceitos a serem trabalhados, sem perder de vista o público alvo. (ao lado) 

Em seguida, os agentes partiram para a execução do trabalho. Nesta segunda etapa foram ensinadas várias técnicas artesanais afim de possibilitar a construção do material idealizado. (abaixo)

 

Um grupo se preocupou com os idosos, outro com as crianças, e os cinco grupos mostraram trabalhos criativos, comunicativos,com imagens fortes e mensagens claras.
Considerando que geralmente quem agride as crianças são as pessoas que deveriam cuidar delas, um dos grupos mostra o mesmo ursinho que dá a mamadeira ao bebe apontando uma arma e utiliza a frase: "O amor não pode causar dor. Quem ama não agride.CUIDA!
Outro grupo optou pela imagem de um palhaço com um olho roxo e duas lágrimas caindo, e a frase:"Estou chorando por voce!"

O terceiro grupo com a frase "Transforme seus momentos de dor em momentos de amor" procurou sensibilizar para a necessidade de buscar ajuda, de não se sujeitar e não aceitar situações de violencia.

O quarto grupo concentrou-se nas questões do idoso e utilizando a frase:" A Juventude Passa. Envelheço, fico invisível" criou uma figura bem eloquente, mostrando uma criança feliz, uma jovem bela e exuberante e uma idosa triste e coberta por um véu de tule que torna sua imagem quase que literalmente invisível. 

O último grupo também enfocou a necessidade de atitude com a frase:"Quem agride tem várias caras. Veja quem pode mudar isto!" colocando vários rostos em tamanho grande, bem diferentes, e uma capa fechando a resposta ao apelo. Ao abrir a capa encontra-se um espelho e a legenda:Denuncie, disque 100.

Os trabalhos foram expostos nas unidades de saúde de Aparecida do Taboado e quinze dias após o workshop foi realizada uma pequena avaliação dos resultados com os agentes que estavam bem felizes com os resultados alcançados. Segundo eles o cartaz diferenciado chamou muito a atenção dos frequentadores dos postinhos, que comentaram, compreenderam as mensagens e se sensibilizaram com as questões abordadas, independente do nivel sociocultural ou da idade.

Cabe a Cia do Sol parabenizar os agentes comunitários pela dedicação com que se empenharam no processo e pela criatividade com que trabalharam o tema, e a Secretaria de Saúde, pela iniciativa. Acreditamos que o conhecimento ainda é o melhor remédio.