Veja o que é possivel fazer com elas! Este castelo foi construido na cidade de Pirenópolis - GO, no Projeto Natal Mágico 2011. A equipe da Cia do Sol criou o projeto e orientou a construção, realizada pelas pessoas da comunidade. Com esse projeto, já foram retiradas mais de 10 MILHÕES de garrafas pet da natureza, ao longo de 15 anos de trabalho. A Natureza Agradece!
O PROJETO
Depois dos acertos burocráticos, o projeto desenvolve-se da seguinte
forma:
A primeira ação a ser realizada são palestras de Educação Ambiental,
preparadas para ser compreendida por qualquer público, com apresentação de
vídeos e histórias, que tem o intuito de sensibilizar toda a comunidade para a
necessidade da preservação do meio ambiente, para os problemas causados pelo
lixo reciclável, principalmente o plástico, criando assim uma motivação maior
para o trabalho que será executado. Esta palestra é apresentada nas escolas,
nos centros comunitários e em reuniões com representantes do comércio, dos
clubes de serviços, das associações de bairros e de qualquer segmento da
sociedade que queira se envolver no projeto. Cada município consegue envolver
grupos diferentes. Chamamos esta fase Lançamento
do projeto.
A partir daí o município confecciona cartilhas que serão distribuídas
junto com a conta de água, para conscientizar a população e estimular a
arrecadação das garrafas pet, material básico do trabalho. É montado um
barracão, onde o projeto será desenvolvido e o município indica quem serão as
pessoas responsáveis pela sua execução, sendo que a base é a escola. Mas
geralmente o barracão é aberto à comunidade e qualquer pessoa pode ir até lá,
aprender as técnicas e ajudar no trabalho. Essa mistura é estimulada para
ampliar a diversidade de pessoas e estimular a capacidade de
comunicação-integração dos participantes.
No primeiro encontro com as pessoas que participarão do projeto, é
exposta uma idéia do que pode ser feito para decorar a cidade, os lugares que
serão decorados, de maneira que todos possam participar da definição final do
projeto, que, a partir daí, passa a ser de todos. Neste encontro fica bem
claro, para todos, que o projeto terá as dimensões que eles quiserem.
Se fizerem muito, terão um projeto lindo; se fizerem mais ou menos...
Esta postura distribui a responsabilidade pelo grupo, fazendo com que cada um
se sinta responsável pelo resultado final.
A partir daí o trabalho é realizado por etapas, de simples realização, o
que o torna democrático e acessível para todos, mas de grande quantidade, (um
projeto bem pequeno processa 100 mil garrafas num ano), o que cria a
necessidade de trabalho duro, de dedicação, comprometimento, cumprimento de
metas, trabalho em grupo, responsabilidade.
Os idealizadores do projeto fazem visitas técnicas periódicas, para
avaliação dos trabalhos realizados, transmissão de novas técnicas e definição
de novas metas. Apesar de estar sempre à disposição para qualquer dúvida, a
ausência dos educadores em tempo integral faz com que os participantes ousem
mais, busquem a solução de problemas e até se arrisquem na criação de novas
peças. Isso só é possível porque, neste caso, a postura dos professores é
diferente, permitindo o erro, não negligente, mas o erro gerado pela busca de
outras possibilidades.
No decorrer do projeto outros profissionais são envolvidos,
gradativamente, ampliando cada vez mais o número de participantes e a
participação destes. Serralheiro, pintor, eletricista, vão aos poucos se
juntando aos participantes, aumentando mais o leque de conhecimentos que pode
ser apreendido, visto que, o aprendizado não é padronizado, cada um aprende
algumas coisas, diferente dos outros. Cada um evolui dentro das suas aptidões e
das suas limitações, mas todos evoluem de alguma forma.
No último mês do projeto o número de pessoas envolvidas é espantoso. Já
houve casos de envolvimento de mais de 500 pessoas trabalhando juntas numa
mesma cidade. É a fase mais gostosa do trabalho, pois as peças começam a ser
montadas nas ruas e ai o reconhecimento da comunidade age como um bálsamo nas
mãos arranhadas de arame, queimadas pelos soldadores elétricos, o calor do sol
não tem importância e eles se dedicam ao trabalho incansavelmente, a fim de
deixar tudo o mais bonito possível.
É a
partir daí que começa a brotar um sentimento que explode em cada um deles no
momento da inauguração, quando as luzes se acendem: o prazer da realização, que
só quem faz consegue sentir, e que é proporcional ao tamanho das dificuldades
enfrentadas para alcançá-lo
Neste ponto, o resultado superou
o do teatro, visto que no teatro o ator recebe os aplausos da platéia, no
máximo 500 pessoas, num espetáculo que dura perto de uma hora, e neste
trabalho, é toda uma cidade, mais os visitantes que chegam aos montes, e que
durante pelo menos um mês, vão elogiar o trabalho incansavelmente.
Existe ainda outro ponto em que este projeto supera os resultados do
teatro. No teatro o psicodrama é representado, como diz Moreno, e este projeto
cria um psicodrama “in situ”, muito mais forte, visto que os integrantes não
estão escondidos atrás da máscara ou do personagem, mas são eles próprios e não
estão envolvidos numa estória de mentirinha. Neste projeto tudo é bem real.
O fechamento é feito com grande inauguração, com queima de fogos para
anunciar o inicio das festividades natalinas, o acendimento das luzes e um
grande baile, na rua, para toda a comunidade. Neste encerramento, é apresentada
uma retrospectiva de todo o projeto, para que a comunidade saiba quem o
executou, com fotos de todo o processo. Dessa forma as pessoas sentem o
reconhecimento pelo trabalho realizado, que além de tudo que já foi dito, ainda
muda a concepção de trabalho, de obrigatório, chato, maçante, para desgastante,
mas compensador, cansativo, mas gratificante. Aliás, a palavra que mais
apareceu nos depoimentos dos participantes para descrever o processo foi
“gratificante”, e a eloqüência desta palavra dispensa mais comentários. Este
sentimento estimula o desenvolvimento escolar, visto que os participantes
dedicam-se mais às aulas, a fim de fecharem as notas no terceiro bimestre e
poder participar do período de montagem nas ruas.
Também é entregue um certificado para os integrantes do projeto, que são
capacitados como eco-artesãos, o que oferece a possibilidade de geração de
renda.
E temos ainda o resgate da tradição natalina, da relação familiar onde
os pais levam os filhos para ver os enfeites e juntos se divertirem, e por
outro lado, os pais dos participantes que passam a valorizá-los mais e
considerá-los mais capazes. Assim, o projeto vai mostrando sua amplidão, sua
interdisciplinaridade e vai construindo-se através da experiência que
possibilita a união de vários setores em benefício da Cultura e da Educação em
especial e da comunidade como um todo.
OLá, Solange e Giuliano
ResponderExcluirAdoramos o trabalho de vcs
ralmente ficou incrivel
Parabéns.
Um abraço
mauricio de luciana SP